Thursday, June 24, 2010

Dream

Huge green snake eats a gecko, then a frog. A small fish jumps out of the aquarium and flies way too high in the sky. It doesn't die in the air, but it breaks in two by hitting back the water. A funeral is requested, invitations are sent.
Welcome sweet friend, grab a shovel.







.

Wednesday, June 09, 2010

O ensino dos valores humanos é em geral considerado uma incumbência da religião ou da família. A espiritualidade e a vida comtemplativa são reduzidas, assim, a meros complementos vitamínicos da alma. Os conhecimentos filosóficos que adquirimos são quase sempre distantes da nossa prática, e cabe ao indivíduo escolher suas próprias regras de vida. Mas em nossa época, a pseudoliberdade de fazer tudo o que passa pela cabeça e a falta de referências deixam o indivíduo infeliz desamparado. As considerações abstratas em geral incompreensíveis da filosofia contemporânea somadas ao ritmo febril da vida cotidiana e à supremacia da diversão e do entretenimento deixam pouco lugar para a busca de uma fonte de inspiração autêntica quanto à direção que podemos dar à nossa vida.
É necessário reconhecer que oferecemos uma resistência fenomenal à mudança. Não falamos apenas da alegria e do vigor com que a nossa sociedade adota como tendência as novidades superficiais, mas de uma inércia profunda no que tange a qualquer transformação genuína do nosso modo de ser. A maior parte do tempo não queremos nem ouvir da possibilidade de mudar e preferimos tratar com escárnio aqueles que buscam soluções alternativas. Ninguém quer ser raivoso, ciumento ou orgulhoso, mas a cada vez que cedemos a essas emoções, usamos a desculpa que isso é normal, faz parte dos altos e baixos da vida.
Então, por que mudar? Seja você mesmo! Divirta-se bastante, compre um carro novo, mude de ares, consiga uma nova amante, tenha tudo, farte-se de tudo que é supérfluo, mas, acima de tudo, jamais toque no essencial, porque isso exige um trabalho duro, um esforço verdadeiro. Uma atitude como essa seria justificada se estivéssemos satisfeitos com o nosso destino. Mas estamos mesmos? Citando Alain mais uma vez: "Os insanos são mestres no proselitismo e, principalmente, relutam em curar-se."

Matthieu Ricard em "Felicidade: a prática do bem-estar".














.